dias após atelier aberto



O MARRUÊRO

"O canto alegre dos galo
no sertão amiudava!...
Nos taquará das lagoa
as saracura cantava!...
Cantando passava um bando
das verde maracanã!
Formosa, cumo a cabôca,
Vinha rompendo a minhã!
O vento manso da serra,
vinha acordando os caminho!...
Vinha das mata chêrosa
um chêro de passarinho!...
Lá, no fundo d'uma grôta,
adonde um córgo gimia,
gragaiava as siriêma
cum o fresco nacê do dia.
Uma araponga, atrepada
n'um braço de mato, im frô,
gritava, como se fosse
os grito da minha dô!!
E a sabiá, lá nos gaio
da larangêra, serena,
cantava, cumo si fosse
uma viola de pena!
Um passarinho inxirido,
mardosamente iscundido
nas fôia de um tamburí,
satisfeito, mangofando,
de mim se ria, gritando
lá de longe: "bem te vi"!
Chegando na incruziada,
despois do dia rompê,
sipurtei o meu segredo
n'um véio tronco de ipê ...


por Catulo da Paixão Cearense
[imagem: Rogério Velloso]

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